Escola estadual será reconhecida por boas práticas em educação básica no sistema prisional Escola Estadual Educador Paulo Jorge dos Santos Rodrigues acumula significativas contribuições na escolarização de pessoas em privação de liberdade

Manuella Nobre / Seduc

01 jun 2024 - 11:00


Escola vai além do atendimento a privados de liberdade em regime fechado, contemplando também a escolarização, em sua sede, dos adolescentes liberados para a semiliberdade. (Foto: Jorge Santos / Seris)

Em Alagoas, atualmente, o sistema prisional tem mais de 20% da população carcerária em atendimento escolar. A responsável por esta assistência é a Escola Estadual Educador Paulo Jorge dos Santos Rodrigues, unidade voltada exclusivamente para o atendimento ao sistema prisional e aos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. Prestes a comemorar uma década, a instituição foi escolhida para representar a região Nordeste no lançamento do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, no dia 06 de junho, em Brasília.

Antes, para conhecer de perto as boas práticas adotadas pela escola, representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC) e Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN/MJSP) realizaram visita às turmas da escola do Sistema prisional Alagoano, no último dia 09. Em outubro de 2023 a escola já havia participado do Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Situações de Prisões.

De acordo com o gestor da Unidade, Leilson Nascimento, atualmente, a Paulo Jorge atende 460 estudantes, distribuídos entre seis unidades prisionais e oito unidades de internação socioeducativas, nos 1º e 2º segmento da EJA, EJA modular – ensino médio e ensino médio regular parcial diurno. Em 2024 são oito turmas de EJA modular oportunizando a conclusão da educação básica.

Pioneirismo 

Ainda segundo o gestor, atualmente, a escola vai além do atendimento a privados de liberdade em regime fechado, contemplando também a escolarização, em sua sede, dos adolescentes liberados para a semiliberdade. Dessa forma, o jovem que estava matriculado na escola e assistindo aulas em uma unidade de internação fechada, tem a oportunidade de continuar seus estudos.“No sistema prisional, além da oferta da Educação Básica integralmente efetivada em seis unidades prisionais, a escola contempla as pessoas que progridem de regime para o semiaberto. Para essa demanda, a escola oferece o Programa Vem Que Dá Tempo, visto que apenas 10% da população carcerária em Alagoas concluiu o ensino médio segundo os registros do Plano Estadual de Educação nas Prisões”, explica Leilson.

O gestor também lembra que a Paulo Jorge, em parceria com a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), foi pioneira na implantação e execução do projeto de Remição pela Leitura, que, atualmente, está em execução em parceria com a Seris e 16ª vara de Execuções Penais. Também é a única escola da rede a fazer parte de um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), certificado pelo CNPq, o Grupo de Pesquisa e Extensão em políticas públicas para pessoas em privação e restrição de liberdade (GPEP), inclusive com a publicação de quatro artigos, onde destaca sua história e suas experiências em dois livros publicados pelo Grupo GPEP do CEDU/UFAL.

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