TJAL adere à campanha Maio Furta-cor que conscientiza sobre saúde mental materna 'Psiquiatria e psicologia evitam males maiores', afirmou a médica Marilia Alencar, do Departamento de Saúde e Qualidade de Vida

Carol Neves / TJAL

07 Maio 2024 - 11:00


O ato de conscientização é fundamental em razão do estigma dos assuntos emocionais (Foto: Assessoria / TJ-AL)

“A maternidade acarreta uma maior responsabilidade das mulheres, pois começam a acumular diversas funções”, afirmou a psiquiatra do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), Marilia Alencar, ao justificar as mudanças na saúde emocional das mães na gravidez e no pós-parto.

Devido à relevância da temática, o Departamento de Saúde e Qualidade de Vida (DSQV) do TJAL aderiu à campanha Maio Furta-cor que visa sensibilizar a população para a saúde mental materna. O ato de conscientização é fundamental em razão do estigma dos assuntos emocionais.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que uma a cada cinco mulheres terá um problema de saúde mental ao longo da fase gestacional, reafirmando a necessidade de focar no bem-estar da gestante e da puérpera.

Por se tratar de um tempo de conflitos e desafios para a mulher, a médica Marilia atestou que “a psiquiatria e psicologia evitam males maiores”.

Causas e sintomas

Segundo a psiquiatra, as mudanças hormonais são um dos principais causadores de ansiedade e depressão referentes à maternidade. Ela explicou que as mulheres passam por uma fase intensa de preocupação e responsabilização.

No período perinatal, os principais sinais de alerta são a insônia e a mudança de comportamento no que se refere à saúde mental. Além disso, sintomas de pânico e labilidade emocional, como oscilações de humor e choro fácil.

Após o nascimento da criança, a mudança hormonal permanece com a questão da amamentação, com a prolactina alta para poder amamentar. Segundo a médica, isso pode ocasionar sintomas ansiosos e depressivos.

“No pós-parto é muito comum a depressão do blues que a comete a maioria das mulheres, onde há um quadro de depressão leve e crônica que, às vezes, acarreta dificuldades na função da maternidade da mulher”, contou.

Marilia destacou que em casos de depressão materna é comum haver quadros de psicose e rejeição do bebê. A privação de sono, após o nascimento da criança, também está entre as causas mais comuns destes problemas emocionais e psíquicos.

A psiquiatra do TJAL certificou que no decorrer da maternidade deveres, além dos já existentes, são atribuídos à mulher. “Acumular diversas funções como trabalho, casa, problemas com a família, além das funções da maternidade”, elencou.

Tratamento

No caso de confirmação dos sintomas, a profissional indica que estas mulheres sejam encaminhadas para os devidos tratamentos psiquiátricos e psicológicos. Marília informou que, pelo SUS, existe a opção dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs).

Em caso de preferência por procedimentos privados, a médica recomenda que haja uma ação mútua de psicólogo e psiquiatra. A prescrição de medicamentos juntamente com psicoterapia semanal “auxilia a mãe nesses conflitos gerados pela maternidade”.

A rede de apoio também foi citada pela médica como estratégia essencial no tratamento da saúde mental materna, já que a mulher se sente isolada e sozinha nessa fase. “A família e os amigos têm um papel fundamental”, frisou.

Por fim, foi ressaltada a importância do acompanhamento tanto obstétrico como pediátrico, além dos profissionais da saúde emocional. “A equipe médica tem um papel fundamental na geração da saúde materna, bem como no apoio a essa puérpera ou gestante”, finalizou Marilia. 

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