Ator de teatro cênico e de revista, radioator. No cinema, atuou em filmes como os “Sete Gatinhos”, “Perdoa-me por Me Traíres” e, nas telenovelas, destacou-se em clássicos como o “Velho, o Menino e o Burro” e “Roda de Fogo”. Também foi diretor e produtor de teatro, compositor letrista, tradutor e poliglota.
Apesar de ter sido um dos artistas brasileiros mais versáteis, o alagoano Sadi Cabral – nascido em 10 de setembro de 1926, na Rua do Alecrim, hoje Barão de Penedo, em Maceió-AL, e falecido em São Paulo-SP a 23 de novembro de 1986 – estava a cair no esquecimento.
Mas a trajetória dele, que durou 65 anos de extensiva produção artística desde os primeiros passos, ainda na adolescência, até seu último instante, aos 80 anos, foi resgatada pelo metalúrgico aposentado Claudevan Melo, dono da maior coleção de itens relacionados à cultura alagoana. “[Sadi Cabral] foi um ator que navegou por diversas áreas do conhecimento humano”, destaca.
Depois de cinco anos de pesquisas e consultas a dezenas de livros, revistas, filmes e acervos musicais, além de visitas a institutos e a arquivos públicos em São Paulo e no Rio de Janeiro, Claudevan lança neste sábado (13), em Maceió, a biografia “Sadi Cabral – Uma vida à arte de representar”. O evento será na Escola Técnica da Artes da Universidade Federal de Alagoas (ETA/Ufal), na Praça Sinimbú, e começa às 14 horas, com entrada franca.
O lançamento da obra terá uma rica programação, com exposição sobre o artista e recital com as damas da música Leureny Barbosa, e do piano, Selma Britto. Em outubro do ano passado, o livro foi lançado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em uma solenidade bastante prestigiada.
A aproximação de Claudevan Melo com Sadi Cabral começou, justamente, após o colecionador dar início a todo o acervo. “Quando eu tive contato, lá em 1976, com grandes musicólogos, colecionadores, certo dia eu vi um disco de um intérprete chamado Carlos Galhardo, o Pai da Valsa, que continha Sadi Cabral. Eu já tinha lido sobre Sadi, sobre novelas. Passei a me interessar e, de lá para cá, fui juntando tudo, recorte de jornais, revistas, colecionei filmes, tudo sobre ele”, lembra.
Foi a partir dessa coleção específica que, há pouco mais de cinco anos, ele começou a escrever a biografia de Sadi. Apesar de afirmar que a importância de Sadi Cabral para a cultura brasileira é “total”, o pesquisador reconhece que ele é muito desconhecido da sociedade como um todo. “Geralmente, os mais velhos o conhecem já idoso, nas novelas da Globo, mas, ele começou no mundo artístico em 1923 e em telenovelas pela Tupi em 1951. Então, é de vital importância resgatar esse conhecimento”, explica Claudevan Melo.
Curiosidades:
– Sadi Cabral estreia no teatro em Niterói, em 1923;
– Como radioator, em 1927;
– No cinema, estreia em 1936;
– Como ator no advento da TV, em 1951;
– Na música, como letrista, com obras eternizadas pelos “veramente gênios” do cancioneiro popular como: Vicente Celestino, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Silvio Caldas;
– Estudou balé clássico, em 1927;
– Estudou línguas para traduzir livros para o teatro;
– Seu último trabalho como ator foi na telenovela “Maçã do Amor”, de 1983;
– Gravou discos declamando poemas de Jorge de Lima e Luiz Peixoto.
Serviço
Lançamento da biografia do Ator Sadi Cabral
Quando: 13/04/2024
Onde: ETA/Ufal, na Praça Sinimbu, Centro
Horário: A partir das 14h
Entrada Franca