O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) promove, no mês de abril, a campanha “Mais inclusão, menos preconceito”, que conscientiza servidores do Judiciário sobre a importância de dizer não ao preconceito contra pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A campanha traz seis servidores com seus filhos em cartazes afixados nos elevadores da sede do TJAL. Joelma Guimarães, Gustavo Coelho, Camila Scala, Luana Rodrigues, Emília Cavalcante e Mirnna Rocha fazem parte da iniciativa.
Luciana Omena, secretária especial da Presidência do TJAL, destacou que a campanha surgiu da necessidade de se falar mais sobre o TEA, visto que muitos dos servidores do Poder Judiciário têm filhos atípicos.
“Acreditamos que a conscientização é o primeiro passo para construirmos uma sociedade mais compreensiva e acolhedora para os autistas e seus cuidadores”.
Diagnóstico e tratamento
Joelma Guimarães, assessora judiciária no gabinete da desembargadora Elisabeth Carvalho, é mãe do João, de quase quatro anos, e uma das servidoras participantes da campanha.
Ela conta que, quando seu filho estava completando dois anos, o não virar ou levantar a cabeça e olhar direcionado quando era chamado, mesmo sem qualquer diagnóstico de doença auditiva, passou a causar incômodo.
“O atraso na fala também nos causava uma certa estranheza. A partir desses dois fatores, ele foi atendido por uma neurologista pediátrica e iniciado o processo de avaliação até o período do diagnóstico”.
Ele ainda destaca que ser mãe de um filho atípico é um aprendizado constante. “É conviver com o medo de não ir embora dessa vida primeiro e, ao mesmo tempo, viver comemorando pequenas vitórias. É sentir que apenas o seu abraço pode parar um momento de desorganização emocional de alguém. É aprender!”.
Preconceito
Gustavo Coelho é assessor judiciário e pai do Heitor de quatro anos, diagnosticado com TEA. Ele enfatiza que como tudo na vida, as pessoas tendem a negligenciar aquilo que não conhecem.
“Por ignorarmos as singularidades e, consequentemente, as necessidades especiais das pessoas com deficiência, (porque sim, o TEA é considerado, para efeitos legais, uma deficiência), olhamos para as situações adversas vivenciadas pelas pessoas atípicas através das lentes do indivíduo ‘normal’ (típico), o que pode gerar uma percepção equivocada, muitas vezes preconceituosa, pouco empática e, por que não dizer, injusta”.
Gustavo ainda pontua que o remédio para acabar com o preconceito é buscar conhecimento.
“A campanha traz um alerta importante para que as pessoas se interessem pelo assunto e procurem compreender melhor sobre o que é o TEA, bem como sobre a infinidade de situações que podem gerar desconforto, dor e sofrimento para esse público”.
Dia Mundial da Conscientização do Autismo
O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é comemorado no dia 02 de abril e foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007.
O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal. Entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar essas pessoas a melhorarem sua relação com o mundo.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde, uma em cada 160 crianças possui TEA. Ainda de acordo com a organização, tem-se observado um aumento de casos no mundo, o que pode ser explicado pelo aumento da conscientização sobre o tema e uma maior busca pelo diagnóstico.