Durante o lançamento, também foram inaugurados a Central de Atendimento Móvel e o Centro especializado do Estado (Foto: Marco Antônio / Sesau)
O Hospital da Mulher Drª Nise da Silveira (HM), localizado no bairro Poço, em Maceió, passou a contar com o primeiro Ambulatório Vias Aéreas Pediátricas da rede pública de Alagoas. O serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é pioneiro no país, e foi inaugurado nesta sexta-feira (19), pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em parceria com a Secretaria da Primeira Infância (Cria). Durante o lançamento, também foram inaugurados a Central de Atendimento Móvel e o Centro Especializado do Estado.
Os pacientes do ambulatório contarão com atendimentos clínicos e multiprofissionais com cirurgiões torácicos, laringologista pediátrica, otorrinolaringologista, pneumopediatra, farmacêutica, técnicos instrumentadores, anestesistas, enfermeiros, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e odontopediatras. Contarão ainda com um exame inédito no sistema público de saúde, a Vídeo Endoscopia por Deglutição (VIA), que consiste na introdução de um endoscópio fino e flexível, em uma das narinas, para avaliação da garganta durante a alimentação.
O acesso ao serviço se dará pelo Sistema de Regulação Estadual (Sisreg). Os atendimentos acontecerão das 14h às 17h, na segunda e quarta-feira. A unidade integra o Projeto Respirar, lançado no mês de dezembro de 2023, visando a reversão e a retirada dos dispositivos de traqueostomia, possibilitando uma melhor qualidade de vida para os pacientes.
O coordenador do Projeto Respirar e ambulatório Via Aéreas Pediátricas, cirurgião torácico Wander Mattos Cardoso, ressalta o pioneirismo do Estado em ampliar o atendimento a crianças traqueostomizadas. “É um marco para saúde do Brasil, não apenas em Alagoas. Nosso estado servirá de exemplo para que outros possam copiar e essa corrente do bem se multiplicar. Com toda minha experiência rodando o Brasil, não conheço um programa com esse conceito de atendimento móvel, especializado indo a todas as UTIs, com uma rede ambulatorial e um centro cirúrgico avançado para tratar obstrução de vias aéreas pediátricas”, destacou.
De acordo com o coordenador, as crianças receberão toda assistência especializada e sairão da unidade com um encaminhamento para fazer a reabilitação. “Todas as crianças sairão com data e hora marcada no ambulatório para fazer a revisão e a troca da cânula. Estes materiais serão devidamente apropriados para as crianças, além de todo o atendimento multiprofissional capaz de reabilitar esses pacientes, incluindo também, caso haja necessidade, cirurgias de reconstrução e correção. É um ganho para as famílias e dá aos pais a resposta que eles precisam,” ressaltou o cirurgião.
O secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, enfatiza que o Projeto Respirar é o sexto projeto do país voltado aos cuidados de crianças traqueostomizadas. Ele também ressaltou o compromisso da gestão e do Governo de Alagoas na assistência às crianças alagoanas.
“Hoje é um dia muito importante para saúde alagoana. Junto com o Governo do Estado de Alagoas e a Secretaria da primeira Infância, nós inauguramos o Projeto Respirar, que irá atender todas as crianças que já fizeram a traqueostomia e as que possam aparecer com essa patologia, assegurando o tratamento dentro do estado. No Brasil, só temos cinco projetos parecidos com o nosso, mas nenhum é tão completo como o Projeto Respirar. Nosso projeto tem o atendimento 100% SUS, com todo suporte assegurado pelo governador Paulo Dantas. Então nós temos que estar felizes realmente; como responsável pelo sistema de saúde em Alagoas, isso faz parte da minha obrigação, que é fazer o que nosso governador sempre diz: trabalhar para o desenvolvimento, com o coração para cuidar das pessoas, isso que é importante”, destaca o titular da saúde estadual.
Assistência
Moradora do bairro Cidade Universitária, Adriana Conceição não esconde a emoção em saber que a filha, a pequena Ana Melissa, de três anos, pode continuar o tratamento da pequena. Ela explica que a pequena nasceu prematura, com seis meses, e necessitou fazer uso da traqueostomia. “Desde que ela nasceu já precisou da traqueostomia. Tive muita dificuldade de conseguir o tratamento adequado para ela e hoje vejo que ela terá toda assistência especializada”, disse.
A diretora do Hospital da Mulher, Yarin Rocha, ressaltou a importância do ambulatório para unidade. “É com um imenso prazer que hoje inauguramos o ambulatório no nosso hospital, um projeto pioneiro em todo país que, com certeza, nos enche de orgulho”, enfatizou.