Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


Excesso de telas reduz a inteligência

8 outubro 2023


Foto: Célio Júnior / Secom Maceió / Arquivo

Nas últimas duas décadas o avanço tecnológico surpreendeu a todos nós, é notável que nos dias atuais ela esteja presente em quase tudo das nossas vidas. São muitos os benefícios e facilidades disponíveis a todas as gerações e classes sociais. Muito embora, nós sabemos que tudo em excesso gera prejuízos e tende a trazer como consequências o adoecimento.

O celular é companheiro inseparável, nele está concentrado muitas funções que antes usávamos em aparelhos separados, como por exemplo: despertador, relógio, rádio, calculadora, calendário, agenda, câmera fotográfica, dicionário, planilha financeira, o jornal diário e etc.

Além de todas essas funções, através de um único aparelho também pagamos as contas e compramos uma infinidade de coisas e serviços e nos conectamos com centenas de pessoas que na maioria das vezes estão distantes fisicamente.

É meu caro leitor! Quando tudo isso passou a estar disponível em nossas mãos em um só aparelho, pensávamos que iríamos ter mais tempo livre. Mas acredito que assim como acontece comigo, com você também o tempo não sobrou, na verdade, ficou mais difícil gerenciar o tudo a sua volta.

Se para nós adultos é viciante e difícil controlar, como será que sente uma criança sendo bombardeada a todo tempo com coisas desnecessárias para a idade dela?

Pois bem! Talvez você esteja se perguntando. Qual o prejuízo causado nas crianças que usam a tecnologia em excesso?

De acordo com o neurocientista francês Michel Desmurget, diretor de pesquisa do Instituto Nacional de Saúde da França, os dispositivos digitais estão afetando seriamente — e para o mal — o desenvolvimento neural de crianças e jovens. Em seu livro intitulado A Fábrica de Cretinos Digitais. Ele apresenta uma pesquisa feita em tendência que foi documentada na Noruega, Dinamarca, Finlândia, Holanda, França, etc. Nesses países, os “nativos digitais” são os primeiros filhos a ter QI inferior ao dos pais.

Em 2020 o neurocientista percebeu em pesquisa que pela primeira vez na história os filhos, adolescentes e crianças, estão com menor inteligência do seus pais, ou seja, com menos habilidades sociais, menos capacidade cognitiva para resolver problemas do cotidiano.

Então meu caro leitor, perceba que o excesso de telas, entenda como várias horas de uso diário de (celular, computador, tv e vídeo game), causam nas crianças e adolescentes o que nós chamamos de atrofiamento cognitivo, porque nessa rotina de uso desses instrumentos, o indivíduo reduz a capacidade de adequação e resiliência nos relacionamentos e reduz a plasticidade neural de criatividade e aprendizado.

Na minha experiência clínica e escolar na função de Psicólogo, vejo vários malefícios do uso desregrado das telas em crianças.

É como notar isolamento social (fica mais sozinho do que com a família e amigos), desorganização no sono e alimentação (se esquece de comer, beber, ir ao banheiro e passa da hora de dormir), alteração de humor, geralmente a criança fica impaciente, irritadiça, ansiosa. Além de apresentar fragilidade física por não explorar o universo a sua volta.

Para concluir, deixo a você mãe/pai ou responsável por gerenciar crianças, a tecnologia deve ser usada a nosso favor, evite ao máximo o uso de telas em crianças, estimulo-os a serem apenas crianças, e aos adolescente, monitorem para não deixarem de frequentar a rotina social da família a amigos.

Não esqueçam! fiquem atentos e obedeçam a sua fisiologia.

Tudo em excesso faz mal.

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