Escola em Santana inaugura projeto Água Atmosférica do Ministério da Ciência Projeto propõe o funcionamento de máquinas, que transformam a umidade do ar em água potável.

Da Redação com Ascom MCTI

14 dez 2022 - 20:08


Secretário do MCTI [à esquerda] ao lado da prefeita de Santana, Christiane Bulhões na inauguração da máquina (Foto: Jean Souza / Ascom Pref. Santana)

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), inaugurou na manhã desta terça-feira (13), a primeira unidade piloto do Projeto Água Atmosférica MCTI, na Escola Municipal Antônio Rodrigues Damasceno, localizada no povoado Olho d’água do Amaro, zona rural de Santana do Ipanema, município do Médio Sertão de Alagoas.

Segundo o MCTI, o projeto consiste em avaliar o impacto na saúde da comunidade escolar, a partir do fornecimento de água de qualidade. A água em questão provém do ar, ou seja, as máquinas transformam a umidade do ar em água potável. A prefeita de Santana do Ipanema, Christiane Bulhões, acompanhou a comitiva de Brasília na cerimônia de inauguração.

Representando o MCTI, esteve presente o secretário Marcelo Morales. O evento contou também com a presença da diretora do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Mônica Tejo Cavalcanti e da coordenadora do projeto científico da Fiocruz, Debora Kligerman. Essas duas últimas instituições auxiliado no desenvolvido do projeto do MCTI.

Como funciona?

Desde setembro deste ano, três máquinas estão instaladas e operacionais na escola pública de Santana. Juntas, podem produzir cerca de 1 mil litros de água por dia para abastecimento. A unidade escolar atende 300 alunos.  

Além do município alagoano, o projeto Água Atmosférica também tem unidades em Retirolândia, na Bahia, Monsenhor Tabosa, no estado do Ceará e João Câmara, no Rio Grande do Norte.

No total, são dez máquinas, que foram doadas pela empresa israelense Watergen. Cada máquina pode gerar, em média, 350 litros de água por dia, contudo, as a quantidade de água produzida em cada localidade varia de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar.

A destinação dos equipamentos compôs uma ação integrada do MCTI para gerar conhecimento sobre como adaptar a tecnologia para diferentes contextos de uso no semiárido brasileiro, que enfrenta escassez hídrica.

Foto: Jean Souza / Ascom Pref. Santana

Fala dos presentes

Anfitriã do evento, a prefeita Christiane Bulhões agradeceu a oportunidade dada a cidade, de receber um projeto científico desse porte e ressaltou a importância da Educação e da Ciência na vida da comunidade.

“Queremos mais saúde, mais educação, qualidade de vida e mais aprendizado. Ficamos honrados em ser escolhidos, entre as quatro cidades brasileiras contempladas”, disse a gestora sertaneja.

O secretário do MCTI destacou a importância da água na vida humana e aproveitou para trazer um pouco da sua expectativa do projeto Água Atmosférica para Santana.

“Espera-se que com esta implementação possamos obter resultados significativos na melhoria de aprendizado dos alunos e na qualidade de vida da comunidade escolar e priorizando sobretudo a saúde física e mental das crianças”, avaliou. 

A diretora do INSA também falou: “Está ação está alinhada à missão institucional do INSA que é ser agente de transformação promovendo a inovação tecnológica e social para o semiárido brasileiro”. 

“O Projeto Água Atmosférica MCTI é muito importante, pois ajuda a prover água de qualidade e nos permite medir seu impacto na saúde dos alunos no semiárido brasileiro”, asseverou também a coordenadora do projeto da Fiocruz.

Diagnóstico

No diagnóstico preliminar, elaborado pela Fiocruz, identificou-se que todas as unidades escolares são abastecidas por meio de caminhões-pipa. Há reservatórios em desuso, destampados e com sujidades. Em alguns casos, não é realizada análise da qualidade da água e identificou-se a presença de coliformes totais (E. coli).

Os pesquisadores identificaram que em todas as unidades foram diagnosticados casos de dor de barriga e sintomas característicos de doenças de veiculação hídrica como olhos amarelados, dores abdominais, falta de apetite e enjoo, dores de dente, cárie e gengivite. 

Outro ponto observado é que por conta do uso racional de água nas unidades escolares, os alunos precisam levar água de casa. A precipitação média é de 538 mm/ano (BA), 600 mm/ano (RN), 647 mm/ano (CE) e 800 mm/ano (AL). Em geral, há restrição do uso de água. 

No diagnóstico intermediário, que até o momento foi realizado nas unidades do Rio Grande do Norte e em Alagoas, após a instalação das máquinas observou-se que a água estava própria para o consumo humano somente nos bebedouros e reservatórios abastecidos pelo sistema Água Atmosférica.

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