Teve início na manhã desta quarta, dia 20, a fase de depoimento dos réus acusados de matar e atear fogo ao professor Paulo Bandeira, assassinado após denunciar desvios do Fundef na cidade de Satuba. O ex-prefeito da cidade e principal alvo das denúncias, Adalberon de Moraes, depôs na manhã de hoje ao juiz John Silas e negou qualquer participação no crime.
Adalberon de Moraes relatou a sua rotina no dia do crime e disse ter ficado sabendo do assassinato ‘monstruoso’ por meio da ex-diretora da Escola Professora Josefa Silva Costa, Nanci Lopes Pimentel. Apontado como autor intelectual, Adalberon ainda isentou seus subordinados, os militares Ananias Oliveira Lima e Geraldo Augusto Santos Silva, além do ex-chefe de gabinete, Marcelo José dos Santos. Segundo Moraes, ele nunca solicitou os horários de Paulo Bandeira.
O ex-prefeito disse ainda que a investigação teve motivações políticas, uma vez que estava cotado para vencer a eleição para a Prefeitura de Santa Luzia do Norte e ainda faria o sucessor em Satuba. “Eles nunca investigaram outra pessoa”. O réu ainda pediu desculpas por não ter comparecido ao sepultamento de Paulo Bandeira.
Apesar das alegações do réu, a promotoria disse ter certeza da participação de todos os acusados e classificou o réu como uma ‘figura tenebrosa, cujo braço armado é pago pelo povo de Alagoas’, uma vez que os executores são militares. O promotor Everaldo Patriota ainda destacou o temor imposto pelo réu, afirmando que mesmo após dez anos familiares da vítima ainda são submetidos a tratamento psicológico.
Por AL24horas