O vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), desembargador Sebastião Coelho da Silva, anunciou nesta sexta-feira (19) sua aposentadoria e justificou a saída dizendo que não está feliz com o Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado é natural de Santana do Ipanema, município situado no Médio Sertão de Alagoas, e há quase 10 anos atua como membro do TJ-DF.
O aviso do sertanejo aconteceu durante uma sessão virtual da plenária extraordinária do TJ-DF. O integrante da corte iniciou dizendo que viveu seus melhores momentos até hoje no Tribunal, mas que se mostrou muito desconfortável com a fala do ministro do STF, Alexandre de Moraes, quando este tomou posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta semana.
“Eu, há muito tempo, não estou feliz com o Supremo Tribunal Federal, então, como não estou feliz com o órgão e como corregedor de Justiça do Tribunal Regional Eleitoral, estive na posse do eminente ministro Alexandre de Moraes, na terça-feira passada, e eu esperava, sinceramente que o iminente ministro aproveitasse aquela presença, dos ex-presidentes e principais candidatos e do próprio presidente da República, para fazer uma proclamação de paz para a nação”, explanou Sebastião Coelho.
E continua: “Mas ao contrário, o que eu vi, a meu sentir, o ministro Alexandre de Moraes fez um discurso de guerra ao país. O seu discurso é um discurso que inflama, é um discurso que não agrega, e eu não quero participar disso, senhor presidente”.
Ainda em sua fala, o desembargador reforçou que vai estar a disposição da corte para auxiliar a alocação dos servidores do seu gabinete, mas também deixou claro sua insatisfação com a postura e posicionamentos do atual presidente do TSE.
“Eu vou, até o último dia, cumprir, seja aqui, seja no Tribunal Eleitoral. Eu vou cumprir a Constituição, vou cumprir as leis e as decisões judiciais. Eu não vou cumprir discurso de Ministro, seja ele em posse, seja ele em Twitter, seja ele em redes sociais. O magistrado, eu já disse isso, tem que ter sobriedade. Quando o magistrado fala fora do processo ele causa desagregação”, arrematou.
Confira abaixo o vídeo completo com a fala do desembargador:
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