Seca em Alagoas teve queda de 40% para 18% de seu território, aponta Monitor Além de Alagoas, fenômeno recuou nos outros cinco estados nordestinos: Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Ascom / ANA

11 jul 2022 - 09:13


Foto: Divulgação / Monitor das Secas

Devido às chuvas acima da média em maio, tanto a seca fraca quanto a seca moderada recuaram no leste da Paraíba e de Pernambuco. Também houve o abrandamento do fenômeno em Alagoas e Sergipe, onde a seca passou de moderada para fraca. Entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba o fenômeno deixou de ser grave e passou à categoria moderada. Por outro lado, devido à piora nos indicadores, a seca fraca avançou no oeste baiano e no sul do Piauí. A seguir veja a situação atualizada de cada estado nordestino segundo o Monitor de Secas.

Na comparação entre abril e maio, Alagoas registrou o abrandamento da seca com o desaparecimento da seca moderada e 18% do território com seca fraca, o que representa a menor severidade do fenômeno no estado desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014. Em termos de área com seca, Alagoas teve uma queda de 40% para 18% de seu território com a presença do fenômeno em comparação a abril – menor porção com seca desde setembro de 2017, quando 10% do estado passou por seca.

Em maio houve o abrandamento da seca na Bahia com uma leve redução da área com seca moderada de 2% para 1% do maior estado nordestino. Com isso, a Bahia teve em maio a menor severidade do fenômeno desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014. Já a área total com seca no estado avançou de 22% para 34% do território baiano, o que representa a maior área com o fenômeno na Bahia desde novembro de 2021, quando 98% do estado passou por seca.

Segundo o Monitor de Secas, entre abril e maio o Ceará teve um recuo da área com seca de 19% para 17% do estado – a menor desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014. Em termos de severidade, o fenômeno ficou estável, pois somente a seca fraca foi registrada no território cearense. Essa é a menor severidade na escala do Monitor e a menor intensidade do fenômeno já registrada no Ceará desde o início do Monitor em julho de 2014.

Entre abril e maio, a seca permaneceu presente em 7% do Maranhão, sendo o menor percentual de maio entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas. Além disso, essa é a 4ª menor área com o fenômeno no estado desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014. Juntamente com Alagoas, Ceará e Piauí; o Maranhão teve a menor severidade do fenômeno no Nordeste em maio por ter registrado somente seca fraca – a menos severa da escala do Monitor. Por ter continuado somente com seca fraca, o Maranhão manteve a severidade do fenômeno em comparação a abril.

No caso da Paraíba, a área total com seca recuou de 62% para 50% do estado entre abril e maio, o que representa a menor área com o fenômeno desde agosto de 2020, quando 46% do território paraibano passou por seca. Com o desaparecimento da seca grave e o recuo da seca moderada de 33% para 30% do estado, a Paraíba teve um abrandamento do fenômeno. Apesar da melhora nas condições, o estado teve a condição mais severa de seca em maio no Nordeste.

Pernambuco, entre abril e maio, teve o abrandamento da seca com a redução da seca moderada de 38% para 17% do estado. Essa é a menor severidade do fenômeno no estado desde dezembro de 2020 quando houve seca moderada em 9% de Pernambuco. Quanto à área total com o fenômeno, houve um recuo da seca de 85% para 71% no estado entre abril e maio, o que representa a menor área total com o fenômeno no estado desde agosto de 2020, quando 54% de Pernambuco registrou seca.

No Piauí a área com seca aumentou de 32% para 43% de seu território entre abril e maio, o que representa a maior área com o fenômeno no estado desde dezembro de 2021, quando 44% do território piauiense passou por seca. Quanto à severidade da seca no Piauí, houve uma estabilidade do fenômeno, sendo que o estado vem registrando somente seca fraca desde janeiro – condição mais branda do fenômeno no Piauí desde o início do Monitor de Secas em julho de 2014.

Entre abril e maio, o Rio Grande do Norte teve um abrandamento da seca com o desaparecimento da seca grave no estado e com o recuo da seca moderada de 13% para 6% do território potiguar – melhor condição desde novembro de 2020, quando houve 4% de seca moderada no estado. A área total com o fenômeno também recuou de 50% para 42% do RN entre abril e maio – menor percentual no estado desde os 34% observados em setembro de 2020.

Em maio foi observado o recuo da seca em Sergipe de 76% para 68% do território do estado em comparação a abril. Nesse período as áreas com seca moderada desapareceram em Sergipe, o que representa a menor severidade do fenômeno no estado desde julho de 2020, quando houve seca fraca em 58% do território sergipano.

Foto: Divulgação / Monitor das Secas

Considerando as quatro regiões integralmente acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em maio aconteceu no Sudeste, que registrou 4% de seca excepcional, a mais aguda da escala do Monitor. O Centro-Oeste teve a segunda maior severidade de maio com 10% de seca extrema. No Sul houve um abrandamento do quadro com a redução da seca grave de 34% para 20% da região. Já o Nordeste teve a menor severidade de maio com o desaparecimento da seca grave e a redução da seca moderada de 6% para 3% da região.

O Sul registrou o maior percentual de área com seca: 88%. Com 87% de seu território com a presença do fenômeno, o Centro-Oeste foi a 2ª região com maior área seca. Já o Sudeste teve 61% de sua área com registro do fenômeno, enquanto o Nordeste segue com o menor percentual de território com seca: 32%.

Foto: Divulgação / Mapas das Secas

Entre abril e maio, em termos de severidade da seca, dez estados tiveram um abrandamento do fenômeno no último mês segundo o Monitor de Secas: Alagoas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. Somente em Goiás e Mato Grosso foi registrada a intensificação da seca, enquanto o fenômeno se manteve estável em nove unidades da Federação: Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Entre abril e maio, sete unidades da Federação registraram o aumento da área com seca: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Piauí, Goiás, Mato Grosso e Tocantins. Por outro lado, a área com o fenômeno recuou em oito estados: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. Nas outras seis unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor, não houve variação do território com seca: Distrito Federal, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo.

Assim como em abril, três unidades da Federação registraram seca em 100% do território no último mês: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Os demais 18 estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 6,5% e 97,8% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca. Assim como em abril, nenhuma das 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor ficou livre de seca em maio.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguido por Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo. No total a área com o fenômeno foi de 3,11 milhões de quilômetros quadrados e se fosse um país seria o 8º maior do mundo, superando os 2,78 milhões de km² da Argentina.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste mais o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas.

As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados são as seguintes:

ALAGOAS: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
BAHIA: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA)
CEARÁ: FUNCEME, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)
MARANHÃO: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (LABMET-UEMA)
PARAÍBA: Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)
PERNAMBUCO: Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
PIAUÍ: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR)
RIO GRANDE DO NORTE: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) e Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
SERGIPE: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS)

A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região. 

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