Comitê Estadual de Combate à Seca acelera ações do Governo no Semiárido

11 mar 2013 - 12:51


Há nove meses no cargo de secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, o agrônomo Napoleão Casado está à frente também, como secretário executivo, do Comitê Estadual de Combate à Seca. Entre os desafios está a missão de acelerar as ações do Governo de Alagoas no combate aos efeitos da estiagem.

Em entrevista, Casado destaca ações integradas de fornecimento de água para consumo humano e animal, como carros-pipa, perfuração de poços e recuperação de nascentes e anuncia que, em breve, mais um município alagoano terá estado de emergência decretado pelo Estado.

Agência Alagoas – Qual a missão do Comitê Estadual de Combate à Seca?

Napoleão Casado – Promover a integração de todos os órgãos envolvidos nas ações de combate à seca, buscando agilizar as ações do Governo de Alagoas. Estamos vivendo um momento em que um dia é mais desafiador que o outro, pois a seca age silenciosamente trazendo danos. O governador Teotonio Vilela determinou prioridade em todas as ações e a secretaria executiva do Comitê busca dar velocidade a cada uma das ações realizadas.

AA – Qual ação do Governo o senhor destaca no combate aos efeitos da estiagem nos municípios em estado de emergência?

N.C. – Hoje, são 37 municípios nesta situação, mas, em breve, Paulo Jacinto também fará parte dos municípios beneficiados com as ações contra a seca. Apesar de não estar no Semiárido, esta cidade tem um déficit hídrico grande. Então, também será decretado estado de emergência. Entre as ações realizadas pelo Governo, destaco os carros-pipa. Foram contratados mais de 200 veículos e isso significa dobrar a quantidade de veículos de fornecimento de água no Estado. Esta ação antes era realizada pelo Exército. No entanto, em função do agravamento da seca, o Governo implementou a ação para suprir as necessidades de água para consumo humano e animal. Também destaco como ações importantes no Semiárido o trabalho de perfuração e de recuperação de poços artesianos, além da limpeza de barreiros.

A.A. – Além dos carros-pipa, existe outra ação destinada ao consumo de água animal?

N.C.- As ações do Governo para o rebanho não se resumem à água. Também existe a compra de farelo de milho e soja, que são proteínas. Mas, além da proteína, também é preciso a fibra e isso é suprido por meio da distribuição do bagaço da cana. Existe uma preocupação muito grande com a Bacia Leiteira do Estado. A bacia é uma região que hoje tem cerca de 400 mil animais. Antes da situação da seca, ela fornecia 650 mil litros de leite diário. Com a estiagem, esse número foi reduzido para 450 mil litros. Os carros-pipa têm resolvido, em parte, este problema. Isso é oneroso, pois o consumo de água animal é cinco vezes maior que o consumo humano, mas o mais caro é depois ter que repor um rebanho.

A.A. – Qual a importância do Canal do Sertão para os municípios que sofrem com a seca?

N.C. – O Canal do Sertão vem como uma das grandes alternativas para a estiagem. Ele já está produzindo alimento tanto para o consumo animal quanto para o consumo do homem. Já é possível encontrar plantação de feijão e de capim naquela região. Já nos reunimos com órgãos de classe e a sociedade civil para traçar um plano para produzir ração no canal para o segundo semestre. As ações estão sendo realizadas e estamos agindo com pensamento no presente e futuro.

A.A.: Como a população que sofre com a seca tem recebido as ações do Governo?

N.C. – Recentemente, o Governo de Alagoas passou uma semana no Sertão. Isto foi importantíssimo. O governador foi muito feliz em levar o Governo para Santana do Ipanema, pois deu a oportunidade da sociedade vir até nós. Os resultados das ações são grandes. A recuperação de um poço artesiano, por exemplo, fornece 200 litros de água por dia. Talvez uma pessoa que não vive com a seca gaste isso em um banho, mas, para região do Semiárido, isso é muito valioso.

Agência Alagoas

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