Sobre Diógenes Pereira

Diógenes Rodrigues Pereira é Psicólogo Clínico, Terapeuta Cognitivo Comportamental, Especialista em Avaliação Psicológica, Palestrante, Consultor Pessoal e Organizacional. Formado pelo Centro Universitário Cesmac (Maceió).


O que leva alguém a cometer SUICÍDIO?

30 junho 2021


A ansiedade e a depressão são as doenças mais comuns que atingem a população, principalmente neste momento, com a pandemia de Covid-19 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Muitas perguntas ecoam em nossa mente sempre que surge um noticiário a respeito desse tema. Muitas dúvidas e opiniões aleatórias bombardeiam nossa cabeça.

De forma periódica falamos sobre isso aqui no blog, como no texto “Aprenda como ajudar alguém em risco de suicídio” , neste “COVID-19, Adoecimento Mental e Suicídio” ou ainda “SETEMBRO AMARELO: Você sabe como surgiu?”.

Mas o que de fato leva um ser humano a tal comportamento? 

Asseguro que não existe uma resposta pronta, são vários os fatores que somados podem causar tal desequilíbrio psicológico. Listarei a seguir algumas das possíveis causas que levam alguém a desistir de seguir a vida.

Cada ser humano é um universo em miniatura, e em seu processo de vida comum, o indivíduo é exposto diariamente a várias situações, que podem ser prazerosas ou traumáticas. Cada organismo reage de uma forma no acumulo de experiencias. 

Numa breve comparação, seria possível ver a configuração da estrutura mental de ser humano, como um COPO vazio em baixo de uma torneira que pinga uma gota por vez, ao longo da vida esse copo tende a encher, cada pingo é uma situação interpretada e acumulada: uma crítica, um bullying, uma violência, uma acusação, um julgamento, um abandono, um luto, uma dificuldade financeira, uma doença, uma desilusão amora, perca do emprego dentre outros. 

Raramente alguém comete suicídio por uma única vez que aconteça alguma dessas situações listadas acima. E muito comum na história de vida desse indivíduo, estarem presentes várias dessas experiências doentias. Quando o copo enche uma única gota faz o conteúdo derramar. 

Essa última situação que gera a crise e o desespero é o que chamamos de gatilho. 

Geralmente o acumulo dessas emoções e sentimentos geram um emaranhado de conflitos que fazem tal pessoas não encontrarem saída para aquele problema. 

Outro fator muito comum nas estatísticas suicidas são as doenças mentais, várias dessas patologias psicológicas trazem em seu conjunto de sintomas (o pensamento/vontade de morrer), na condição do doente mental o fator morte é vista como a solução para acabar o sofrimento que ele sente.

É comum pessoas pensarem em morrer em algum momento da vida, segundo a OMS – Organização Mundial de Saúde, não é normal é enxergar a morte como única alternativa para resolver seus problemas. E é exatamente o que pensa e sente alguém com intenção suicida. Naquele momento de desequilíbrio, ele não visualiza outra saída.

Infelizmente ainda existe muitas crenças e desinformações a cerca desse assunto, e por isso, essa demanda é vista como uma nuvem escura que assusta a sociedade. 

Raramente as famílias que passam por essa situação não recebem orientação psicológica adequadas, as vezes por preconceito, as vezes por vergonha e outros motivos culturais/religiosos. 

Ninguém espera que aconteça em sua própria família. E sempre difícil lidar com isso.

O indivíduo com pensamentos de suicídio leva uma vida comum como qualquer outra pessoa, o que o leva a cometer o ato é a forma particular e subjetiva de interpretar e encarar as situações difíceis. 

Suicídio não é falta de DEUS, Suicídio não é FRAQUEZA, não é FRESCURA, não é pra chamar ATENÇÃO, não é coisa do CAPETA, não é CULPA de ninguém. 

SUICÍDIO É O RESULTADO DE UMA ATITUDE DE DESEQUILIBRIO PSICOLÓGICO.

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