A VEZ DE SENHORA SANTA ANA
19 julho 2018
Uma vez encerrada a Festa da Juventude, volta à cena a Padroeira de Santana do Ipanema, Senhora Sant’Ana. Volta ao antigo esplendor, mantendo a tradição de festejos sem contas durante o mês de julho em calendário mundial. Volta o seu colorido físico com multidões e veículos do campo e a pompa espiritual que fortifica a terra abençoada. Mudam os párocos, mudam as épocas mudam o jeito, mas não mudam o vigor e a fé do santanense em sua amiga e protetora. Sob a chuva, sol ou garoa, o devoto enche-se de coragem e, a alma o arrasta para o altar caminhante da avó do Cristo. Os céus vão temperando a cidade e o campo para o projeto e a realidade do novenário.
Este mês, com um inverno moderado, tem prosseguimento a Festa da Padroeira que anexou à sua abertura, uma procissão de carros de boi e que vem dando certo há alguns anos. É o homem da zona rural participando gostosamente dos festejos, trazendo suas emoções e fé àquela que foi introduzida na Ribeira do Panema, em 1787. Foram os carros de bois dos nossos antepassados que alargaram as veredas dos indígenas, as trilhas dos almocreves e suas inesquecíveis tropas de burros e de muitas histórias pelos sertões. Foram eles com os seus carreiros desbravadores os heróis de um Brasil engatinhante. Foram os precursores do caminhão, do automóvel, os agrimensores de estradas. Agora carreiros e seus carros de pau reforçam o início da festa, em um espetáculo incrível e deslumbrante.
Logo, logo, teremos a Festa do Carro de Boi, no município de Inhapi, uma das grandes atrações do estado no mês de julho. Sucesso total e que só cresce a cada ano. Então, será uma grata satisfação realizada pelos nossos carreiros dentro do mês tão aguardado por citadinos e rurícolas. E nós vamos deixando de lado a roupa profana da Festa da Juventude para às orações benfazejas no seio da Matriz de Senhora Sant’Ana. Vamos reforçar os nossos lares com as bênçãos colhidas na Igreja. Vamos, enfim, espalhar os benefícios colhidos pela boa vontade da Padroeira.
Santa Ana espera o turista de braços abertos.
Clerisvaldo B. Chagas, 19 de julho de 2018
Crônica: 1945 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano