Sobre Clerisvaldo Chagas

Romancista, historiador, poeta, cronista. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.


A RESSACA DA FESTA

16 julho 2018


(Foto: Lucas Malta / Alagoas na Net)

Chegamos ao fim da 56ª Festa da Juventude, sob a trégua das chuvas do mês de julho. Você deve ter lido a nossa crônica o “Cachimbo da Serra”, quando flagramos a serra do Poço cachimbando no cimo. Olhe aí a sabedoria popular: próximos dias secos; e foi o que aconteceu. Mas se faltaram as chuvas, não faltou a “caída de gelo” nas noites sertanejas. Frio intenso com elevada umidade na sede e na zona rural, de torar os ossos. Mesmo, assim a tradicional festa foi um sucesso tremendo como sempre acontece nesta época. Com tantos santanenses visitando a terrinha e turistas de vários estados (inclusive, do Sudeste) não poderia deixar de haver transtornos. Mas, em relação à magnitude das brincadeiras, isso foi chamado de café pequeno.

É verdade que algumas brincadeiras não atraem quase ninguém, ficando como uma espécie de enchimento de linguiça. O grosso da movimentação se aglomera no centro da cidade, principalmente às Praças Cel. Manoel Rodrigues da Rocha e a entrada leste da urbe. Mas as sensações de todos os dias estão na periferia próxima, quando os vários barzinhos e restaurantes são os pontos sensacionais dos encontros. Entretanto, o auge da Festa da Juventude são os shows noturnos com artistas famosos, da região e de outras plagas. Aí acontecem os mesmos fenômenos mostrados em qualquer parte do país. Quem não gosta de música? E assim a descontração prossegue até a madrugada com imensa multidão enfrentando a frieza, a umidade e a algumas goladas de “água que pinto não bebe”.

Ontem, último dia de festa, o trânsito estava maluco mesmo por todos os lugares. A Rua Delmiro Gouveia, conhecida com a Rua dos Bares e Restaurantes ficou muito mais estreita do que já é. E na Praça Frei Damião, Santa Quitéria, Ponte General Batista Tubino, apreciamos muitos “meninos queimados”, passos tombando, cabeça baixa e baba na boca. Depois de tantos bons divertimentos na badalada Festa da Juventude, a fama da Rainha do Sertão deverá ganhar o mundo mais uma vez. E uma imensa maioria com dor de cabeça da ressaca de três dias, não viajará hoje, “ainda de tanque cheio”, marcha lenta e força no travão.

Quanto a nós, ficamos no olho da goiabeira, observando tudo.

Parabéns Santana.

Clerisvaldo B. Chagas, 16 de julho de 2018

Escritor Símbolo do Sertão Alagoano Crônica: 1942

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