Sobre Clerisvaldo Chagas

Romancista, historiador, poeta, cronista. Escritor Símbolo do Sertão Alagoano.


SÃO JOÃO DO TEMPO BOM

22 junho 2018


Foto: B. Chagas

O Sertão alagoano está completamente ligado nos festejos juninos. O Sertão alagoano e o Sertão do São Francisco, devido às chuvas que vêm se arrastando desde o mês passado. Principalmente à noite surge à frieza cabulosa nos costumes da quentura, sem respeitar altitudes, sim senhor.

Desde lá nas alturas, Mata Grande, Água Branca, Pariconha, o São João vai ganhando espaço por Delmiro Gouveia, Inhapi, Canapi, Poço das Trincheiras, Maravilha, Ouro Branco. Espoca o foguetão sobre Olho d´Água das Flores, Olivença, São José da Tapera, Carneiros, Senador Rui Palmeira, Olho d’Água do Casado, Piranhas, Pão de Açúcar e Palestina. Tem quadrilha em Batalha, Jacaré dos Homens, Monteirópolis, Major Isidoro, Jaramataia e Belo Monte. Muito forró nas ruas, nos arraiais improvisados, repleto de comidas típicas, inclusive, em Dois Riachos, Cacimbinhas e Minador do Negrão.

Mas o bom mesmo para a posteridade é o São João realizado nas escolas, porque mantém a tradição e assegura a continuidade dos velhos tempos. Em Santana do Ipanema, além dos vários pontos da brincadeira pela cidade, a Escola Estadual Professora Helena Braga das Chagas, colocou em prática seu projeto chamado Projeto Junino: Sabores e Cultura. Todas as áreas participam e levam a culminância para o dia 28 próximo. A escola vive o clima e os próprios alunos com a professora de Arte, Vilma de Lima, fizeram a decoração geral sob inebriante alegria. Os próprios estudantes dizem que “a quadrilha estar tinindo de boa”.

O Nordeste se agita com tanto sanfoneiro e forró pé de serra que a nação nordestina se engasga com tanta música, dança e comidas típicas. O milho predomina por todos os lugares e os transportes carregando o produto cruzam por rodovias, estradas e veredas. E se os balões foram proibidos, mas as fogueiras ainda não. Nas feiras e mesmo em dias normais, as espigas verdes do milho fazem montes nas praças das cidades trazendo o sorriso largo e sertanejo pela fartura apresentada. “Tá barato, gente!”, grita o vendedor. Mas grita por gritar, pois o produto está mesmo ao alcance de todos. E assim também rola a inseparável aguardente, porque em nossa terra não se anima festa sem cachaça.

Espere compadre, depois continuarei que tem um rabo de saia me provocando para dançar. FUI.

Clerisvaldo B. Chagas, 22 de junho de 2018

Crônica 1.927 – Escritor Símbolo do Sertão Alagoano

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